Notícia publicada em: Minuto Rural
Nova geração da família Mainardes assumiu os negócios e implantou mudanças que trouxeram mais renda à propriedade
A família Mainardes está na mesma propriedade, em Piraí do Sul, nos Campos Gerais, há mais de 70 anos. Desde a chegada ao município nos anos 1950, eles tiraram da terra uma parte do sustento, por meio da agricultura de subsistência. Hoje, a produção de hortaliças, bovinocultura de leite e suinocultura ocorre a todo vapor em uma área de 144 hectares. Mas nem sempre foi assim. Essa história de cultivo da terra e cuidado com os animais em escala comercial começou de 15 anos para cá, quando a geração de filhos assumiu a administração da propriedade, apostando em novas tecnologias e conhecimento, incluindo os cursos do SENAR-PR.
Sentado na varanda de uma casa grande e com pintura irretocável, onde mora com a família (pai, mãe, esposa e filho), Luis Fernando Ferreira Mainardes, de 33 anos, lembra que sua relação com a propriedade rural começou na infância. O contato direto com as atividades agropecuárias foi uma constante desde suas primeiras memórias, tanto que nunca imaginou fazer outra coisa que não seguir com a vida na roça. “Desde os 12 anos já me lembro de trabalhar, não apenas aqui na propriedade, mas para vizinhos também, por empreitada”, relembra.
O pai João Acir, de 64 anos, trabalhou boa parte da vida como empregado em outras propriedades rurais com serviços gerais. Então, quando surgiu a ideia de os filhos Luis Fernando, João Carlos e Simone e o primo Basílio assumirem as atividades agrícolas no lugar dos arrendatários, foi preciso um processo de sucessão familiar. As terras estavam em nome do patriarca João, que se tornou cooperado da Castrolanda e, logo depois, firmou contrato de arrendamento com os filhos.
Com o passar do tempo, o que era um emaranhado de terras arrendadas para terceiros começou a ficar lotado de atividades, em um esquema de agricultura familiar. Atualmente, a família dedica quatro hectares às hortaliças (cenoura, beterraba e mandioquinha salsa). Em 120 hectares são cultivados, em grande escala, soja, milho, feijão e trigo. Além disso, sobra espaço para 35 cabeças de bovinos de leite e duas granjas de suínos, que alojam 2,3 mil cabeças de suínos. “Uma das apostas é a diversidade de culturas, o que dilui os riscos da nossa atividade”, reflete Luis Fernando.