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Em 5 anos a produção do cereal dobrou nos Campos Gerais e a tendência é que siga crescendo, já que o potencial de plantio regional vai crescer cinco vezes com a fábrica de malte
Na última safra de inverno o Paraná produziu cerca de 272 mil toneladas de cevada, de acordo com estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). Neste ano o total já saltou para 354,6 mil toneladas, uma alta de 30% frente ao resultado anterior – e este número tende a aumentar.
O motivo é a construção da Maltaria Campos Gerais em Ponta Grossa, que deve entrar em operação em 2023 e produzir 240 mil toneladas de malte anualmente, volume que hoje corresponde a 15% do mercado nacional.
Com isso, o potencial de plantio de cevada da região poderá atingir 100 mil hectares por ano, quase 5 vezes a mais que a área plantada nesta safra – outro indicador que vem crescendo nos últimos anos.
A área produtiva vem sido ampliada progressivamente desde a safra 2015/2016. De lá para cá, o total mais do que dobrou, passando de 9.570 hectares para 21.200 hectares nesta safra 2020/2021; apenas no último ano o salto foi de 17,8%, batendo +18,6% na quantidade de toneladas produzidas (chegando a 84.800 toneladas).
Viabilidade econômica
Para Claudio Kaap Junior, economista rural da Fundação ABC – instituição que realiza pesquisas com cultivares de cevada desde 1999 – a cevada é uma boa opção de rentabilidade. “É semelhante à cultura do trigo (alguns anos mais lucrativa, outros anos menos), mas que não precisa necessariamente competir com essa cultura no inverno, e sim servir como uma opção adicional de rotação frente ao contexto sustentável do sistema de produção”, afirma ele.
A maltaria
O empreendimento é fruto de uma intercooperação entre a Frísia (Carambeí), Castrolanda (Castro), Capal (Arapoti), Bom Jesus (Lapa), Coopagrícola (Ponta Grossa) e Agraria (Guarapuava) – que já possui a maior maltaria da América Latina.
O investimento é avaliado em R$ 3 bilhoẽs, dividido em duas fases de R$ 1,5 bi cada: uma delas deve iniciar em setembro deste ano e ser finalizada em 2023 e a segunda tem previsão de início em 2028 e finalização em 2032.
Com as duas etapas em funcionamento a estimativa é de que mais de 6.150 mil empregos devem ser gerados, entre diretos e indiretos.